Caminhando e fotografando: experiência de pedestre registra ciclistas em João Pessoa
O pessoense Anderson Rio Branco de Menezes, de 33 anos e morador do Rangel, passou a maior parte da sua vida se deslocando de ônibus, inclusive na infância. Ele chegou a adquirir um automóvel, mas como sua esposa também possuía um, achou dispendioso e desnecessário permanecer com dois.
Decisão: voltou a andar de ônibus. “A venda do carro não foi por necessidade financeira, eu podia mantê-lo tranquilamente. Esses dois anos de carro me fez perceber o ônibus de maneira diferenciada quando voltei a usá-lo”, afirmou.
Aconteceu que, aliado à essa mudança, o interesse de Anderson pela bicicleta reacendeu e ampliou sua visão de mundo acerca da urbanidade. Aliando esse interesse ao da fotografia, Anderson passou a fazer registros fotográficos nesse sentido. “Ando sempre com uma câmera fotográfica de bolso, com a qual registro minhas percepções da cidade. Agora, quero ampliar os percursos a pé e esse álbum foi minha primeira experiência”, revelou.
O álbum foi chamado pelo autor de “Invisíveis”, denunciando como os ciclistas não são percebidos pelas políticas públicas em João Pessoa. Durante o deslocamento feito à pé da sua casa até o curso de inglês, que fica nas proximidades da Universidade Federal da Paraíba, Anderson registrou a dinâmica dos usuários de bicicleta ao longo do trecho.
Confira o relato completo do fotógrafo:
“Esse é um registro simples durante minha trajetória à pé do Bairro do Rangel até a Universidade Federal da Paraíba. Em um percurso de aproximadamente 6 km observei em torno de 50 ciclistas, dos quais fotografei uns 40. De todos os estilos, idades, bicicletas, a maioria homem e uma única mulher. A maior parte desse trajeto beira a BR 230, à sua paralela e adjacências. Ao olhar, em geral, parecem vir do trabalho, pois carregam mochilas e bagageiros adaptados. Apenas três usavam capacetes – não é item obrigatório no CTB – e todos demonstravam pedalar há muito tempo, pela desenvoltura com que andavam. Enfim, eles estão nas ruas, quase como invisíveis às políticas públicas de mobilidade. Você os enxerga?”
Além desse, Anderson mantém um álbum permanente em seu perfil no Facebook chamado “Foto do dia“, onde costuma publicar alguns registros da urbanidade em João Pessoa.
